segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Todo dia é como um domingo...

Poemas de amor a uma estranha (I)

Conheci sua casa sem você estar presente,
e o seu corpo, sem sentir o seu calor.
P'ra quem esperava tanto, sem ouvir ao menos uma palavra.
Tão ausente começo do amor.

Talvez o silêncio faça sentido p´ra você,
talvez seu tempo tenha sido curto.
Entendo que ainda sinta medo do amor, e de amar,
mas a vida também assim o é.

Cheguei onde sempre quis,
fui tão longe para ter você,
e assim esperava mais do que segundos.

Doce estranha, continuo querendo você,
com o desejo ainda maior de tocar seus cabelos,
e seu sorriso cativante.

(Hans Cristian Koch)
(Pato Branco/PR. 08/12/2008)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sempre longe do que está perto...

Rei do mundo

seu rosto desenhado no muro,
e em toda parte desse quarto escuro.
tantos segredos para guardar
nesse seu amor original.

que forma tão estranha de amar,
escrevendo seu nome loucamente
em todas as paredes ao redor.
todas as suas faces desenhei.

apaziguando o temor
de ter por fim encontrado
o que nunca pensei encontrar.

tanta falta eu sinto.
tantas linhas pra seguir.
uma fresta na janela.

Hans Cristian Koch.
(Pato Branco/PR. 16/01/2009).

quarta-feira, 10 de junho de 2009

hoje vou beber sua vida, na mesa de um bar...

Terra sem lei

tudo é tão claro,
e tao simples,
e só há um objetivo
para quem tem sede de vingança:
é uma dor que perpetua-se por gerações,
e gerações.
alguns morrem sem nome, outros morrem sem honra,
é uma lei feita pelos homens,
escrita com sangue.
existem palavras que nunca são ditas,
nomes nunca pronunciados,
olhos nunca vistos.
a vida, por fim, custa tão pouco,
as vezes um copo de bebida barata
em um bar qualquer.


Hans Cristian Koch.
Pato Branco/PR. 05/06/2009.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

um piano na sala de estar: poeira com aroma de saudade.

Longa viagem

um piano na sala de estar,
e seu nome dito tantas vezes.
tanto você tinha a fazer,
tanta melodia brotava de você.

Grande teoria do viver,
formas de mudar toda a vida ao redor.
Mas quem pode entender?
Quem pode entender?

Que tem a razão para julgar
e explicar tantos porquês?
como alguém que canta calada,

você soa doce melodia do silêncio.
um piano na sala de estar,
um depósito para tantas dúvidas.

Hans Cristian Koch.
(Pato Branco/PR. 20/01/2009)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

sexta-feira... as pessoas trocam suas vidas, entregando-se ao espelho.

(sem título)

entao, garota,
a estrada nao é mais sua amiga?
a dúvida nao é mais a sua força?
seu corpo pede carinho,
pede descanso.
você sabe muito bem,
e pode sentir,
não há lugar que o sonho não alcance,
e o sorriso pode estar ao pé do ouvido,
se você souber quando parar.


Hans Cristian Koch.
Pato Branco/PR. 03/06/2009.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Violentamente contra a janela, os pingos da chuva que cai.

Praça

por tanto tempo você esperou
a luz da manhã
que já não sabe mais reconhece-la.
por tanto tempo você achou
que as fábulas eram reais,
por tanto tempo você achou a realidade
fabulosa, em seu mundo particular.
artista da peça auto-intitulada "vida",
uma via de mão dupla,
volta e meia cruzando estranhos.
o sino da catedral da praça,
uma suave brisa aconchegante,
risos, sorrisos,
você só responde quando lhe convém.


Hans Cristian Koch.
Pato Branco/PR. 17/03/2009.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quem sabe...

Quem deixou a porta aberta?

sombra segura.
seguro sua mão.
nó na garganta,
o que dizer?
alguém roubou o destino.
quem deixou a porta aberta?
o vento sopra agora aqui dentro.
cartas na mesa.
onde está seu casaco?
já é hora de ir embora.
o destino dos amantes
é mesmo assim.
outro lugar não há.
velhos amigos novamente,
um copo de bebida, atrás do outro.
outros tempos novamente, os mesmos.
sombra segura,
delírio dos mortais.
um lugar vazio à mesa.


Hans Cristian Koch.
Pato Branco/PR. 11/03/2009.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Já se pode sentir o leve frio de outono...

Suicídio

Atirando nos estranhos
a vida realmente mudará?
Podem girar as pás do moinho
sem o vento para as embalar?

É possível crer em uma miragem
a ponto de tomar todas as decisões
sem pensar?
A vida perdida na sala de estar.

Sua casa não tem janelas,
nem ao menos uma tenra tentação
de marcar a vida com um pouco de amor.

Andando em círculos como a querer,
mesmo sem querer. Um estrondo, por fim,
rasga o silêncio da solidão.

Hans Cristian Koch.
(Pato Branco/PR. 09/02/2009).