sábado, 30 de outubro de 2010

A moça do filme

perdi o número
do seu telefone,
não sei escrever cartas.
ir embora antes era
a melhor escolha.

tudo foi acaso,
foi um caso
de águas passadas.
as pessoas apressadas
esbarram no corpo
perdido.
aqui é a vida real,
nada está no lugar.

queimando os pés
no asfalto.
acredito em novos amigos.
hoje então bebeu
mais do que o normal.
e também voltou pra casa.

onde vai deixar
o corpo esta noite?

(Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 17/10/2010)

domingo, 24 de outubro de 2010

Domingo de manhã: há algo mais solitário?

Revolução

indícios de revolução
do outro lado da fronteira
do quarto escuro.
o esquecimento só serve pra lembrar
daquela grande cidade que ficou pra trás.
se olhar pro lado
que sonho novo terá?
sabe dizer em que mundo vive agora?
em barco navega à naufragar,
que sentido existe por tras de
suas cancoes?
é melhor nao pensar,
para entender?
seu novo nome é a contagem dos dias
à espera dos aplausos
do mundo que te deixa.
seguir a longa viagem.

Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 25/08/2010.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sexta-feira fechada, chuvosa.

Minha casa é sua casa

Benvinda à casa,
não estás ficando louca.
a vida está lá fora
e aqui dentro
a melodia irregular.

não há ninguém pra te julgar,
e de manhã não precisa levantar
mais cedo que o normal.
no refrão canto seu nome

tão desigual,
e tão igual a todos mais.
no teu sorriso eu procuro
o que me faz sorrir logo
depois.

Fique à vontade,
pode esquecer toda a saudade,
e se acaso te faltar o ar...
eu cuido dos seus sonhos enquanto
dormir.

Hoje chego tarde,
amanhã é sua vez,
a porta fica entreaberta
e corredor à meia luz.

seu vestido é o tapete
vermelho da entrada.
Benvinda à casa,
à melodia irregular:
o que me faz sorrir logo depois.

(Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 12/10/2010.)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Esse novo sol cega os olhos pela manhã. Está na mesma altura dos semáforos.

domingo, 10 de outubro de 2010

As caixas espalhadas na sala de estar...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

quentinha, no frio cascavelense.

Dominando garrafas vazias

Ontem foi a noite
de dominar os demônios
hoje é o dia em que veremos
o filme de nossa vida no cinema.
eu tinha palavras desconexas,
hoje tenho um quarto de hotel,
uma cama que não é mais minha,
o mesmo rock n roll.
o cabelo desarrumado,
a barba por fazer,
as camisas amassadas,
notícias estranhas na TV.

ontem foi a noite de sentar
ao luar,
foi a noite de partir com as
mãos pro ar.
e hoje eu te peço, por favor,
não deixe as garrafas vazias
aqui.

Você quebrou todos copos,
entrou de sapatos em casa,
eu fechei as janelas
antes de sair.
Você escondeu todas as revistas,
hoje não chegou o jornal,
eu não provarei você no café da manhã.

Talvez já seja madrugada,
Talvez não queira responder.
Eu atendo o telefone
se você não ligar mais.

Os carros velhos na estrada,
carregam qualquer saudade.
Eu voltarei pra cidade grande
na semana que vem.

Certas coisas nunca mudam.
Certas coisas nunca mudam.
Não conte para ninguém...

Hans Cristian Koch.
(Cascavel/PR. 08/10/2010).