terça-feira, 30 de março de 2010

Novidades antigas...

Laranjas e limões (para alguém que chora, em casa, só)

Até a próxima vez,
quando a madrugada ceder.
Por horas demônios libertar,
como se à infância voltasse,
para um antigo gramado
da casa do campo de concentração.

Se eu te ligar a meia-noite,
não exite em atender.
E se chorar não resolver,
tente esquecer.
Cuidarei da sua vida enquanto você
estiver, fora de si.

A brisa tratará de acariciar
seus cabelos
para dormir.

Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 14/03/2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quando eu te vi...

A Rosa do Jardim

Haverá amor esta noite?
esta noite em que acabaram
as poesias,
e os discos velhos
voaram para longe.

Haverá crimes esta noite?
alguém pode ver o por do sol
sem saber ao certo se seria a primeira
ou a última vez.

as vezes o tempo faz o
tempo correr.
as vezes rápido demais
e a vida não consegue acompanhar.
chamamos isso de retrato,
um pedaço do passado que esmola
um comentário ao café da manhã,
mas prefere o deleite na dualidade
de uma embriaguez.

Ao fim da noite o amor pouco custará
para aqueles que lá chegarem,
e não tentarem brincar de viver.
Há um certo medo que ronda
todos os desejos:
é o temor de que eles possam ser reais.

Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 18/03/2010.

terça-feira, 16 de março de 2010

Madrugada em alerta...

Menina do cabelo colorido (Ouvindo: EBTG - I Don't Wanna Talk About It)

roupas pretas no armário.
palavras erradas pra dizer.
a mais tentadora sensação,
o gosto amargo do amanhã.

tranças no cabelo de menina.
terá ferido a vida tão duramente?
apenas mais um lugar onde ir.
depósito de verdades.

ela é um pequeno momento,
um pequeno ponto no céu de outubro.
um toque proibido no desejo carnal.

roupas pretas no armário.
fotos pelo chão. areia da praia,
como desenho de um alguém.

Hans Cristian Koch.
(Pato Branco/PR. 15/01/2009).

domingo, 14 de março de 2010

Um domingo chuvoso. Um café em um bar qualquer.

Roupas brancas no balcão

Amargo na boca,
como um forte café,
sem a doçura do seu sorriso.

Hoje acordei e não pude lembrar
há quanto tempo não rio de suas
travessuras,
de suas perguntas sem sentido,
dessa nova forma de ser jovem.

Hoje acordei e não pude lembrar
seu nome, mas isso é quase
como não saber se na verdade
nos conhecíamos,
pelo menos o suficiente.

É difícil precisar, se o amargo
é a razão de saber qual é a escolha certa,
ou é a saudade de algo que não aconteceu
por falta de um segundo a mais,
de uma palavra dita sem querer.

A mesma pressa pelo dia de amanhã,
é o contrário do que quero quando te vejo,
cada um em seu mundo de segredos.
E passo horas na mesa de um bar,
e como compania o amargo de um forte café, sem a doçura do seu sorriso.

Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 14/03/2010.