domingo, 28 de novembro de 2010

Saudades I

Se você soubesse,
ou ao menos imaginasse,
a saudade que eu sinto,
não teria tantos sorrisos,
e não pensaria
que eu também sorrio.
A casa antes inundada de alegria
hoje explode em vazios de solidão,
a cama é grande demais,
a mesa é grande demais,
as gavetas, vazias demais.
Há barreiras que impedem
que o sol adentre
em novas manhãs douradas,
não há nessa horas
o inebriante aroma do café-da-manhã.
Já não durmo,
não vivo,
apenas respiro e existo
mantendo uma chama acesa
no fundo dos desejos.
Multidões habitam o mundo
ao redor,
as ruas impregnadas de vozes,
de passos apressados
sem rumo,
pessoas abandonam suas casas
em busca de alguns sonhos
ilusórios,
novas músicas embalam doses
de loucura,
e solidão.

A mesma dúvida que permanece.

(Hans Cristian Koch.
Francisco Beltrão/PR. 14/11/2010).

Um comentário:

TenYears disse...

Adorei os dois últimos poemas. Muito lindos.